TradeMap Explica: qual o valor do BDR da XP (XPBR31) que eu recebi por ter ações do Itaú (ITUB4)?

Artigo de Ana Paula Ribeiro com colaboração de nossa sócia Luciana Pantaroto, publicado em 28/04/2022 no portal TradeMap

Conta é importante para fazer declaração do IR e saber o lucro ou prejuízo na hora da venda dos papeis

Tem dúvidas sobre quais passos dar para deixar as contas organizadas ou está com algum receio em relação a determinado investimento?

Lidar com o dinheiro sempre suscita certa insegurança, mas com conhecimento é possível tomar a decisão mais inteligente para encarar o universo financeiro, seja na hora de investir, economizar ou se planejar.

E se precisar de uma ajuda, é só enviar sua pergunta para o e-mail redacao@trademap.com.br que a coluna TradeMap Explica vai esclarecer todas as suas dúvidas sobre finanças pessoais e investimentos.

Qual o valor que devo atribuir a cada BDR que recebi da XP em função das ações que eu tinha do Itaú Unibanco?

Essa dúvida sobre qual valor utilizar é comum entre os investidores que detinham ações do Itaú Unibanco (ITUB3, ITUB4) em outubro de 2021 e eram elegíveis a receber os recibos de ações da XP negociados na B3 – também conhecidos como BDRs (sigla de Brazilian Depositary Receipts). Pode parecer complexo, mas a conta para se chegar a esse valor é simples.

Mas o que levou a essa distribuição de ações? Em 2017, o Itaú Unibanco comprou uma participação na XP, que ainda não era uma companhia aberta. As ações da XP que pertenciam ao Itaú ficaram dentro de um veículo chamado XPart.

Bem, o tempo passou e no final de 2019 a XP fez sua oferta pública de ações (IPO, na sigla em inglês) nos Estados Unidos e a estrutura da XPart se manteve. No entanto, em outubro de 2021, Itaú decidiu fazer a cisão desse veículo e, em assembleia, o banco e a XP decidiram que a XPart seria incorporada pela XP.

Nesse processo, ficou decidido que os controladores do Itaú receberiam ações da classe A da XP e os demais acionistas, BDRs da XP (XPBR31), que são os recibos da ações da empresa de investimentos negociados na B3.

É nessa hora que entra a conta que o investidor precisa fazer para atualizar o valor de seus ativos.

Saber qual valor considerar é importante por dois motivos. O primeiro é porque quando for feita a venda das ações do Itaú ou dos BDRs da XP, o investidor precisará saber esse valor para apurar o lucro. O segundo é porque essa operação precisa ser informada à Receita Federal na declaração do Imposto de Renda.

Conta simples

Luciana Pantaroto, sócia da consultoria tributária Dian & Pantaroto, explica que o custo de aquisição da XPBR31 será 6,607% do custo de aquisição das ações do Itaú (ITUB3 ou ITUB4). Feita essa etapa, é preciso atualizar o custo de aquisição das ações do banco. Isso é feito descontando o valor atribuído à XPBR31. Parece complicado, mas não é.

Vamos supor que um investidor tinha 1.000 ações de ITUB4 e o custo de aquisição desses papéis foi de R$ 25 mil. No momento da cisão, ficou definido que a cada 43,3 ações de Itaú, os acionistas do banco receberiam 1 BDR de XP. Então, no exemplo acima, esse investidor recebeu 23 BDRs da XP. O custo de aquisição dos BDRS será 6,607% dos R$ 25 mil, o que dará R$ 1.651,75.

“O valor total investido continua igual, R$ 25 mil, mas uma parte do custo de aquisição será atribuída às ações do Itaú e uma parte aos BDRs da XP”, explica.

Ou seja, após a cisão, ele ficou com as mesmas 1.000 ações do Itaú, que agora possuem um custo de aquisição de R$ 23.348,25 e mais 23 BDRs da XP ao custo de R$ 1.651,75.

Esses valores deverão ser informações na declaração do IR na ficha “Bens e Direitos”. É preciso escolher o grupo três (“participações societárias”) e optar pelo código um (“ações, inclusive listadas em bolsa”).

No caso das ações do Itaú Unibanco, se elas foram adquiridas antes de 2021, o valor de aquisição terá que ser atualizado. Além disso, terá que ser criado um novo campo para incluir os BDRs da XP (XPBR31) – cada ativo deve ser declarado em um campo próprio.

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